domingo, 30 de outubro de 2011

Complexismo

Escrevo para leigos e doutores
shoppings e camelôs
Escrevo músicas e crônicas
poemas e poesias
de forma culta ou até mesmo chula
a gramática não me satisfaz
os conceitos pré-estabelecidos e estagnados
já não me servem mais

Não escrevo coisas novas ou sensacionais
escrevo apenas um pensamento fugaz
que me caí e subitamente, se desfaz
deixa como rastro, a mensagem que jaz
misteriosa, clara ou complexa
dadaísta,cubista ou parnasianista,
me encontro com todas, as lapido ao meu estado.

Finjo, ou finjo que finjo
choro, ou finjo que choro
grito, ou finjo que grito
vivo, vivo fingindo...
fingindo que não grito,
não choro, não finjo.

De Machado a Drummond,de Augusto a Clarice,
já estive com todos ,que agora moram ao meu lado
escrevem e prosam comigo como se fôssemos amigos
compartilhando a cerveja e debatendo o erotismo,
e nesses instantes, me faço eterno junto a eles.

Sou aquilo que escrevo e o que deixo de escrever
sou um misto de pecados e santidades, malícias e inocências
não me faço entender, pois isso, nem eu sei fazer
apenas quero saber, a beleza do viver.

Sou complexo... faço-me da maneira que quiser,
posso ser seu anjo ou seu demônio
acentuado ou monótono, mas sempre verdadeiro.

O lirismo da minha escrita não tem cor ou ignorância
tem apenas um fulgor que acende a esperança.

Complexista, faço culto as complexas certas incertezas da vida.


(Filipe Soares)



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